Graças à presença de indústrias como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e uma base comercial relativamente forte, Volta Redonda possui uma das maiores arrecadações de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e outros tributos estaduais e municipais. Só em 2023, a cidade arrecadou bilhões de reais, o que teoricamente deveria garantir serviços públicos de alta qualidade, desde educação até saúde e infraestrutura. Mas a realidade é bem diferente.
Comparando Volta Redonda com cidades como Niterói, por exemplo, que também é uma cidade com uma boa arrecadação, mas ao contrário de Volta Redonda, ela investe maciçamente em educação e tem um dos melhores índices de qualidade de vida do estado. Campos dos Goitacazes, embora com desafios semelhantes, tem conseguido implementar programas sociais que reduzem a desigualdade e melhoram a qualidade de vida da população.
Em Volta Redonda, no entanto, a falta de gestão eficaz resulta em serviços precários. Hospitais superlotados, escolas com infraestrutura deficiente, e obras públicas que parecem nunca ser concluídas. Tudo isso cria um contraste gritante com outras cidades que fazem mais com menos.
A má gestão em Volta Redonda é visível no uso ineficiente do dinheiro público. Obras iniciadas e nunca terminadas são um exemplo claro. O caso da reforma do Hospital São João Batista, que se arrasta há anos, é emblemático. Milhões de reais foram gastos, mas a população continua sem o atendimento de qualidade que merece. E não se trata apenas de incompetência: há claros sinais de corrupção e desvio de recursos, com contratos superfaturados e uma máquina pública inchada, onde cargos são distribuídos como moeda de troca política.
Enquanto o dinheiro público é desperdiçado, a população sofre. As ruas estão esburacadas, o transporte público é ineficiente, e a segurança é uma preocupação constante. O potencial de Volta Redonda é enorme, mas a má gestão faz com que a cidade não avance, e pior, regrida em diversos aspectos. A frustração dos moradores é palpável, pois veem os recursos saindo de seus bolsos e entrando em um buraco negro de ineficiência e corrupção.
Mas como sair desse ciclo vicioso? Algumas soluções podem ser implementadas para transformar a gestão pública em Volta Redonda:
Transparência Total: É essencial que haja uma maior transparência no uso dos recursos públicos. Todas as despesas devem ser publicadas de maneira detalhada e acessível para que a população possa acompanhar onde o dinheiro está sendo aplicado.
Gestão Profissional: Substituir cargos políticos por técnicos especializados em gestão pública. Profissionais com experiência em administração, finanças e planejamento urbano podem fazer a diferença na eficiência dos serviços.
Participação Popular: A população precisa ser mais ativa na fiscalização do uso dos recursos. Conselhos comunitários com poder de veto sobre certos projetos podem impedir que obras inúteis ou superfaturadas sejam aprovadas.
Auditoria Independente: Realizar auditorias regulares, conduzidas por empresas independentes, para identificar e corrigir desvios de recursos e má gestão.
Incentivo à Inovação: Volta Redonda pode se beneficiar da implementação de tecnologias inteligentes na gestão urbana, como plataformas de acompanhamento de obras e aplicativos que permitam ao cidadão reportar problemas diretamente ao governo municipal.
Volta Redonda tem tudo para ser uma cidade modelo, mas a má gestão do dinheiro público está corroendo seu futuro. Comparada com outras cidades que conseguem fazer mais com menos, fica claro que o problema não é falta de recursos, mas sim de competência e vontade política. É hora de cobrar dos nossos governantes uma administração à altura do potencial da cidade e garantir que cada centavo arrecadado seja utilizado para o bem-estar da população.
As eleições municipais estão logo alí, que a população faça escolhas certas para que quem sabe um dia, Volta Redonda seja uma cidade não perfeita, mais bem melhor do que é agora!